17 de mai. de 2011


Professor Mestre Carlos Eduardo Nicoletti Camillo
Professor da Faculdade de Direito - UPM
“A excelência da linguagem consiste em ser clara sem ser
chã. A mais clara é a regida em termos correntes, mas é
chã; por exemplo, a poesia de Cleofonte a de Estênelo.
Nobre e distinta do vulgar é a que emprega termos
surpreendentes. Entendo por surpreendentes o termo raro,
metáfora, o alongamento e tudo que foge ao trivial”
ARISTÓTELES
“A linguagem é um labirinto de caminhos. Você entra por
um lado e sabe onde está; você chega por outro lado ao
mesmo lugar e não sabe mais onde está”.
WITTGENSTEIN
1. Considerações iniciais
A linguagem constitui o caminho essencial para a
efetividade da comunicação entre as pessoas.
Fala-se em linguagem natural, exatamente aquela que,
como o próprio nome sugere, nasce de maneira espontânea no seio
da sociedade. Constitui fruto da formação histórica de cada povo, 2
como o Inglês, o Alemão, o Português, o Francês, entre tantos
outros.
1
Em face disso, ela tem a habilidade de carregar dentro de
si todos os problemas de ambigüidade, incerteza e vagueza, que
acabam por frustrar a comunicação.
2
A mesma importância que encontramos na linguagem
natural para os povos é observada pelos cientistas: a linguagem é,
por assim dizer, um componente trivial de qualquer ciência. Mas,
diferentemente da linguagem natural, o cientista procura edificar
sua ciência por meio de uma linguagem essencialmente artificial,
própria, peculiar, que atende e respeita a um forte rigor conceitual.
Certamente, o cientista assim o faz, numa tentativa de se
destoar da fragilidade da linguagem natural, procurando escapar
dos problemas de ambigüidade, incerteza e vagueza, sempre
presentes nessa linguagem.
3
Tem-se, assim, que o cientista rompe com o senso
comum, que é a marca da linguagem natural, para se apoiar numa
linguagem eminentemente técnica, precisa, artificial e controlável.
Para esse tipo de linguagem, sempre há o certo e o errado – coisa
que, efetivamente, inexiste no senso comum, isto é, na linguagem
natural.
É exatamente dessa forma que a ciência dogmática do
direito constrói seus enunciados, suas proposições, teses e,
especialmente, as suas leis.
FONTE; -UNIVERSUDADE MACKENZIE.

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